Fraturas, luxações e lesões ligamentares ao redor do cotovelo

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FRATURA DA CABEÇA DO RÁDIO

O QUE É A FRATURA DA CABEÇA DO RÁDIO?

Cabeça do rádio é a extremidade superior do rádio. Apresenta superfície articular de 360º, e interação direta tanto com a ulna (fossa sigmoide) quanto com o úmero (articulação rádio-capitelar). Exerce função importante no movimento de prono-supinação do antebraço, além de contribuir com a estabilidade do cotovelo.

A fratura dessa região anatômica é a mais comum no cotovelo, e possui um pico de incidência em pacientes na faixa dos 40 anos.

QUANDO SUSPEITAR DE FRATURA DA CABEÇA DO RÁDIO?

De maneira geral as fraturas da cabeça do rádio são decorrentes de quedas sobre a palma da mão com o cotovelo estendido. Quedas simples normalmente cursam com fraturas simples e isoladas, ao passo que o aumento da energia de trauma gera fraturas complexas com lesões ligamentares associadas.

As pessoas cursam com dor e edema, principalmente na face lateral do cotovelo, bem como impossibilidade de movimentação – dor e restrição de flexo-extensão e prono-supinação. Equimoses são comuns na evolução do caso, não sendo achado precoce.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

Para grande maioria dos casos, radiografias são suficientes na determinação do diagnóstico e para proposta de tratamento. Entretanto, a tomografia tem espaço importante tanto para identificação de fraturas ocultas e com deslocamentos pequenos, quando para entendimento e planejamento cirúrgico de fraturas complexas.

O exame clínico de articulações adjacentes (ombro e punho) é fundamental na identificação de lesões associadas e determina a necessidade de complementação radiográfica.

QUAIS OS TIPOS DE FRATURAS?

Dois grandes grupos existem e impactam na definição do tratamento: fraturas desviadas e fraturas não desviadas. As não desviadas mantém a estrutura anatômica original e são passíveis de tratamento conservador. Já as desviadas ainda podem ser divididas de acordo com a gravidade, número de fragmentos e lesões ligamentares e ósseas associadas.

Academicamente, existem duas classificações que objetivam esses princípios: Mason e Morrey

COMO É O TRATAMENTO?

As fraturas não desviadas são passiveis de tratamento conservador. Após o diagnóstico, ocorre a imobilização do braço com aparelho gessado. Diferentes protocolos podem ser utilizados, a depender de características da fratura e do paciente. Um curto período de imobilização é seguido de mobilidade protegida com uso de órtese articulada ou tipóia simples. O período de consolidação óssea gira em torno de 4-6 semanas, sendo a reabilitação com fisioterapeuta importante desde a retirada da imobilização.

QUAIS FRATURAS PRECISAM DE CIRURGIA?

Para fraturas desviadas, a cirurgia é o tratamento de escolha. Nesta modalidade, duas filosofias existem: reconstrução da estrutura óssea original com pequenas placas e parafusos ou substituição com o uso de prótese de cabeça do rádio.

Para pequenos fragmentos deslocados, ou para casos de exceção, a simples retirada dos fragmentos ou mesmo de toda a cabeça do rádio (artroplastia de ressecção) podem ser utilizados.

O tratamento das lesões associadas é realizado em mesmo tempo cirúrgico, sendo necessário avaliação da integridade ligamentar e estabilidade do cotovelo no momento da cirurgia. O retensionamento do complexo ligamentar lateral e o reparo da cápsula articular anterior são os procedimentos mais comuns nesse sentido.

QUANTO TEMPO LEVA A RECUPERAÇÃO:

Após a cirurgia, alguns tempos biológicos devem ser respeitados: O primeiro momento diz  respeito  a consolidação óssea e cicatrização de tecidos moles (cápsula e ligamentos). Durante esse período, inicia-se a mobilidade controlada da articulação, de forma a evitar perdas de movimento e rigidez futura. No segundo momento, são introduzidos exercícios para ganho de mobilidade, seguidos de ganho de força até a liberação para atividades diárias e de esportes: o retorno irrestrito ao esporte ocorre em aproximadamente 4 meses. Todo o processo deve ser acompanhado de perto pelo cirurgião e pelo fisioterapeuta assistente.

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